INÊS LEAL



 WORK INDEX

2024

installation | video

2024

installation | photography

2024

photography
2024

solo exhibition

2024


installation | video

2024


editorial | design

2024

2024
16mm | footage

2024

installation | 16mm

2024

audiovisual essay | cinema

2023

scenography collaboration | exhibition

2023              
 
artistic direction | performing

2023                

publishing | photography

2023                 

research | installation

2023

publishing | research

2023                 

photography

2023                
photography series


2023

editorial design 

2022              
publishing | performance

2022               

solo exhibition
2021
               
drawing series
2021                 

Aço 


sculpture | photography series

2021              
drawing series
2021      
         
photography series

2021  
             
curatorial project | production | exhibition


©2024
Fotografias por Filipe Braga
EN | Barbaric Acts (Exterior/Interior)
40x60 cm
Light Box
Wood, stainless steel, led light

Barbaric Acts is an enlargement of color slides found in the old Pejão Mines complex 30 years after its closure. The slides were in an advanced decolorization state, showing changes in color and metal deposits.

PT | Actos Bárbaros (Exterior/Interior)
40x60 cm
Caixa de luz
madeira, aço inox, led, impressão em vinil opalino sobre acrílico

Actos Bárbaros consiste na ampliação de lides a cores encontrados no antigo complexo das Minas do Pejão após 30 anos do seu encerramento. Os slides encontravam-se em estado avançado de deteorização apresentando alteração de cor e depósito de metais.

[IN]

EN | Impressions of Movement and Other Barbaric Acts (2024)
[Solo Exhibition] 

The labor of the process, the seduction of the result
Excerpt of the text by Mariana Machado
On the occasion of the exhibition Impressions of Movement and Other Barbaric Acts

“First, the fact that labor is external to the worker, i.e., it does not belong to his intrinsic nature; that in his work, therefore, he does not affirm himself but denies himself, does not feel content but unhappy, does not develop freely his physical and mental energy but mortifies his body and ruins his mind. The worker therefore only feels himself outside his work, and in his work feels outside himself. He feels at home when he is not working, and when he is working he does not feel at home.

(Marx, K. Economic and Philosophic Manuscripts of 1844)


Video and photography - the images of something par excellence, where their inherent condition seems to come precisely from this mediating capacity to present what isn't there. Video would always be the video of something or someone, it would replace what can't be there, presenting it as itself. But isn't a new way of looking possible? One that sees in the video of something, instead of that something, the chemicals, minerals and labor necessary for these images to appear before us? The images would become images of that - of themselves and their process. (...) 

The association between result and process appears again, but now this one is very concrete, it comes from an in-depth investigation in the Pejão mines; the result is equally circumscribed, the photographic and video image. Would anyone associate, in the same way as they associated the bent steel sheets with the artist's act, the images they see with the process illuminated here? It seems less obvious, the objective seems different. The entrance is illuminated in shades of orange, and fire occupies every place. An openly flaming space from which, between the magma, photographs of the mines found in them emerge. The representation that occupies them, the mining process, also appears in them, in their traces left by time, in their decomposition, where their concrete dimension - this photograph - becomes part of the photograph itself and, in this way, its procedural dimension also becomes visible. The photograph deteriorates because it includes a material transformation; this material transformation includes a labor (and mining) transformation.

Entering the exhibition then becomes entering a mine, or rather, two mines that are one: the Pejão mine and the mine of the images; which, although they are not necessarily the same, refer to the same process, or rather, to its existence. The relationship seems particularly ironic, as the video is associated with a moment of leisure, an escape from everyday life, which for the miner represents precisely the moment for himself. On the other hand, the very production of a video is the result of mining work; the first worker in a movie is that same miner. The printed photographs contrast in this sense, we see the promotion of leisure by the employer in the only images that don't come from a light source. [+]




PT | Impressões do Movimento e Outros Actos Bárbaros (2024)
[Exposição Individual]

O labor do processo, a sedução do resultado
excerto do texto de Mariana Machado
na ocasião da exposição Impressões do Movimento e Outros Actos Bárbaros

“Primeiramente, ser o trabalho externo ao trabalhador, não fazer parte da sua natureza, e por conseguinte, ele não se realizar no seu trabalho mas negar-se a si mesmo, ter um sentimento de sofrimento em vez de bem-estar, não desenvolver livremente as suas energias mentais e físicas mas ficar fisicamente exausto e mentalmente deprimido. O trabalhador, portanto, só se sente à vontade no seu tempo de folga, enquantot no trabalho se sente contrafeito.”

(Marx, K. Manuscritos Económico-Filosóficos)


Vídeo e fotografia – as imagens de algo por excelência, onde a sua condição inerente parece provir precisamente desta capacidade mediadora, de apresentar o que não está. O vídeo seria sempre o vídeo de algo ou alguém, substituiria o que lá não pode estar, apresentando-o como sendo ele. Ora, não será possível um novo olhar? Um que veja no vídeo de algo, ao invés desse algo, os químicos, os minerais e o labor necessários para que essas imagens apareçam diante de nós? As imagens passariam a ser as imagens disso – delas mesmas e do seu processo. (...)

A associação entre resultado e processo aparece novamente, mas agora este é muito concreto, provém de uma profunda investigação nas minas do Pejão; o resultado é igualmente circunscrito, a imagem fotográfica e de vídeo. Alguém associaria, da mesma forma que associou às chapas de aço dobradas o ato da artista, às imagens que vê o processo aqui iluminado? Parece menos evidente, o objetivo parece diferente.

A entrada encontra-se iluminada por tons de laranja, o fogo ocupa todos os lugares. Um espaço assumidamente flamejante de onde surgem, por entre o magma, fotografias das minas encontradas nas mesmas. A representação que as ocupa, o processo mineiro, surge igualmente evidenciado nelas mesmas, nos seus rastros deixados pelo tempo, na sua decomposição, onde a sua dimensão concreta – esta fotografia - torna-se parte da fotografia em si e, deste modo, torna-se igualmente visível a sua dimensão processual. A fotografia deteriora-se porque inclui uma transformação material; esta transformação material inclui uma transformação laboral (e mineira). [+]